rosto
em silabas
as
artérias estão vazias dentro de mim.
escuto
gritos sucessivos
e
a sede é abandono em dias inúteis.
o
tempo é monologo no silêncio
oca
dilui-me em silabas.
confundido
o corpo estaciona dormente.
no
meu rosto um mar,
um
olhar indefinido
embutido
num sonho ritmado.
há
esperas que extravasam a morte.
sobrevoam
o mistério
nas
horas transparentes dos teus passos.
volitam
sombras que embalam a vida
dos
nossos caminhos…
helena
maltez
cabana de palavras
construí com palavras uma cabana para lá poder habitar
quinta-feira, maio 15, 2025
rosto...
segunda-feira, maio 12, 2025
fecho os olhos...
faço a viagem até ti
conjugo o nosso verbo
a saudade toca no silêncio do meu corpo
e derramo em todos os espaços
pedaços de imagens
em que já não me reconheço
sei que não as entendes
sem chão bailo sozinha...
oiço teus passos à porta do quarto,
entre sombras carnais
quinta-feira, abril 24, 2025
os silêncios são uma prece…
escuto-os dentro das noites que atravesso!
prendo-me ao rumor do vento
quero um dia limpo,
na vertigem de qualquer voo…
o silêncio é arte,
na melancolia das palavras,
invento um nada onde morar,
e a minha voz procura a tua atenção…
combalida há um espaço inventado,
não protesto nada, mas procure-te
nas sombras que sobejam,
e reclamo na morrinha de qualquer espaço…
a porta não tem arte,
inflama o corpo e a alma
tento gostar da madrugada,
no desejo renovado de uma duvida
sou outra na tua ausência,
a que te ama no clarão da lua….
helena maltez
quinta-feira, abril 10, 2025
o
teu sorriso
no
esplendor de uma suave explosão
chega
a mim o teu sorriso.
aflui
com emoção e calor,
como
sonhos mesclados nos encantos
do
sorrir de um menino.
avulta
o carinho,
entre
peripécias, na floresta dos encantos.
há
um toque afectivo de sensualidade
dentro
das palavras perdidas,
no
trilho da agitação.
nas
linhas do teu rosto,
há
a ténue hesitação
de
um proteger que me rasga
nos
espelhos latejantes,
onde
deambulo na saliva de uns lábios.
então
rendo-me à fonte do teu sorriso
em
metades de nós…
helena
maltez
segunda-feira, abril 07, 2025
bebi o frio
bebi
o frio
hoje
o dia não teve o sabor da primavera
o
sol foi de inverno.
para
me aquecer por dentro
deambulei
pelas avenidas,
em
busca de uma voz,
a
tua.
continha
frio na alma.
tinha
sede de ti.
queria
saciar aquela secura,
com
a tua voz.
a
secura me cortava a faringe,
bebe-la
até ficar farta.
rasguei
a visão
e
sem folgo
emaranhei-me
nas linhas do dia.
os
gestos moldavam a solidão,
toquei
a tua ausência
e
o folgo foi desejo da tua ternura.
perdi
a idade, os meus 18 anos
arrefeceram,
resvalaram no teu corpo
só
existe o murmúrio de um amar
em
palavras guardadas por mim
já
tudo me falta
até
o ombro infindável das ilusões
e
a saudade existe por termos estado juntos.
helena
maltez
quinta-feira, janeiro 30, 2025
terça-feira, janeiro 28, 2025
espera...
desatento
seguia a memória na noite
ziguezagueava
absorto na vida de outros lugares,
a
memória atraiçoava-lhe o corpo abatido.
do
olhar rasgado, vertia sangue já sem cor
fazia
frio, rangiam-lhe os ossos a cada passo
e
rasgava-lhe a pele até sentir dor
fumava
sofregamente, como se esgotasse o tempo
o
sitio era já ali
no
virar da casa branca esburacada pelo salitre.
aspirou
o nevoeiro, misturado com o fumo do cigarro
acelerou
o passo
aproveitou
o semáforo verde.
galgou
a estrada
ao
fundo via os anúncios cintilarem,
davam
luz e cor à cidade.
o
homem desceu o caminho íngreme
desfazendo-se
das lembranças e infortúnios.
o
mar esperava-o…
era
a hora de todos os dias
o
areal quebrava ali
onde
o sonho nascia
atento
ao silêncio que o corroía.
sem
sobressaltos deitou-se na areia.
restou-me
a mim a espera
nas
palavras cantadas do mar…
helena
maltez
rosto...
rosto em silabas as artérias estão vazias dentro de mim. escuto gritos sucessivos e a sede é abandono em dias inúteis. o tempo é...

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os olhos navegam no azul intenso, bailam na ondulação ritmada entrementes escuto doces canções de embalar. mar, nas rochas és meu por instan...
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chega o silêncio no rasto da manhã o mar seduz-me com o seu cantar o olhar toca-me entre imagens transparentes por inteiro divido-me esteril...
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caminhei pela borda da noite para lhe cerzir a luminosidade, remendei o nada. com a fragilidade dos sentires e com a invenção da pa...